10 dicas para ajudar os adolescentes a definir metas eficazes
05 Janeiro 2024
"O verdadeiro valor de estabelecer e alcançar metas não está nas recompensas que você recebe, mas na pessoa que você se torna como resultado do alcance das suas metas." - Robin Sharma

O início do ano chega carregado de desejos, sonhos e objetivos por alcançar. Mesmo os mais jovens são motivados a estabelecer metas para o novo ano e isso pode ser verdadeiramente assustador, pois normalmente os adolescentes têm grandes ideias e sonhos fantásticos, mas nem sempre conseguem dividir uma meta em pequenas etapas (querem “comer o elefante” todo de uma só vez… LOL - leia o artigo anterior para saber do que estamos a falar) .

Sabemos que a maioria dos objetivos acaba por fracassar, talvez por serem definidos de forma impulsiva e sem planeamento, o que pode contribuir para um sentimento de frustração e de falta de confiança (“eu já sabia que não ia conseguir… eu nunca consigo”). Muitas vezes o problema não é a capacidade para atingir os resultados, mas sim a capacidade para definir metas concretas, realistas e adequadas a cada um. Se eu estabelecer um objetivo irrealista, vago e que não tem nada a ver comigo, certamente que não irei conseguir atingir os resultados e isso só servirá para aumentar o meu sentimento de desvalorização.

Talvez a maioria das pessoas nunca tenha aprendido como definir os seus objetivos de maneira eficaz.

Ajudar os adolescentes no estabelecimento eficaz de metas ajuda a desenvolver uma mentalidade de crescimento, assim como ensina a organizar tempo e tarefas e aumenta a motivação, o sentimento de autoeficácia e de realização do jovem.




Deixamos 10 dicas para ensinar o adolescente a definir metas eficazes:

 

  1. Certifique-se de que o objetivo é dele e não o seu

A adolescência é marcada pelo desejo profundo de autonomia e independência, pelo que o jovem precisa de sentir que é ele quem estabelece as suas próprias metas, sem imposição, pois isso será logo motivo para as rejeitarem. É muito fácil cair nessa armadilha e tentar que os filhos cumpram objetivos/sonhos que são nossos, daí ser tão importante que os pais estejam igualmente conscientes destes processos e separem “as águas”.


  1. Faça parceria com o seu filho e apoie os seus interesses

Muitas vezes pensamos que os jovens não conseguem alcançar objetivos sozinhos, mas se olharmos bem reparamos que não é verdade, pois a maioria consegue aquilo que quer e por vezes bem rápido, como por exemplo, passar de nível nos jogos, aprender uma dança do tik tok, aprender a maquilhar-se, a usar o smartphone, etc…

Não interessa qual o objetivo (desde que seguro e razoável), apoie o seu filho naquilo que ele quiser atingir e esta pode ser uma excelente oportunidade para mostrar interesse pelas suas coisas e poder fazer parcerias com ele.

  1. Apresente a definição de metas como uma base para apoiar os seus sonhos

Estabelecer metas “obrigatórias” ou “porque tem de ser”, raramente resulta e muito menos com os jovens.

Aproveite os sonhos do adolescente para lhe ensinar que a definição de metas pode ajudá-lo a alcançar o seu sonho. Por exemplo: “sabemos que queres muito viajar para fora. Talvez o inglês seja uma ferramenta importante para essa viagem. Precisas de ajuda para te ajudar a definir um plano para melhorares o teu inglês?”

  1. Reforce e promova a sua confiança

Muitas vezes, ao longo do processo, os jovens sentem-se frustrados por não estarem a conseguir atingir os resultados. Mostre empatia pelo que possa estar a sentir e ajude e relembrar todas as outras conquistas que ele fez sozinho (como o tal jogo que ele conseguiu acabar, ou a dança que aprendeu, ou o facto de ter conseguido poupar dinheiro para comprar o telemóvel…).  Revejam em conjunto tudo o que ele fez especificamente para atingir esse objetivo, como por exemplo, o ter tentado muitas vezes sem desistir ou o ter aprendido com os erros. Isto será importante para reforçar o seu sentimento de autoeficácia e de confiança.

 

  1. Ajude a definir metas concretas e mensuráveis

É importante ajudar o jovem a distinguir o que “está nas suas mãos” e o que não consegue controlar. Definir uma meta que esteja totalmente fora do seu controlo ou que dependa exclusivamente dos outros pode ser logo um fator para não correr bem.

Ajude-o a perceber o que depende dele, o que é que pode controlar, definindo metas concretas e realistas e que possam ser medidas (S.M.A.R.T). VEJA AQUI ALGUNS EXEMPLOS

Ex. Meta inicial: “Quero tirar boa nota a matemática.”

Ajude-o a definir exatamente o que deseja melhorar na disciplina de matemática.

Eu vou ________ (tirar positiva a matemática)

Como __________ (fazendo mais exercícios diariamente)

Quando? _________ (todos os dias das 19h às 20h, e pedindo ao professor para corrigir na aula)

Dividir a meta em etapas é a chave para o sucesso!




  1. Mostre a importância do processo, para além do resultado final

Quando pensamos em metas e objetivos pensamos logo na felicidade que sentiremos quando atingirmos os resultados. Mas será que só podemos sentir felicidade no final?

É importante mostrar aos jovens que é possível ficar satisfeito e feliz em todos os momentos do processo: na procura de metas, planeamento, revisão, cumprimento de metas e até mesmo no abandono responsável de metas que deixaram de fazer sentido. É neste processo que crescemos e aprendemos, pelo que deverá ser todo ele um fator de motivação e satisfação.

 

  1. Ajude-os a refletir sobre o verdadeiro “porquê” do seu objetivo

Os estudos mostram que um dos motivos pelos quais a maioria das metas falha é porque não sabemos exatamente o verdadeiro motivo que nos leva a querer atingir a mesma. Daí ser tão importante ajudar o jovem a perceber o “porquê” e o propósito por detrás da meta. No entanto, no caso dos jovens, não basta perguntar “porquê”, já que isso pode provocar uma resposta defensiva ou impulsiva.

Podemos mostrar que entendemos que é algo importante para ele e pedir para que fale um pouco mais sobre isso: “vejo que isso é importante para ti. Fala-me um pouco mais sobre isso”, mostrando verdadeiro interesse e disponibilidade para escutar, permitindo que o jovem reflita sobre os seus objetivos. Essa reflexão pode levar a que perceba o que realmente o motiva para atingir o objetivo (qual o valor ou princípio em que essa meta assenta, como por exemplo a perseverança, a responsabilidade, etc.) e até pode ajudar a redefinir as suas metas. Pode validar o motivo inicial do jovem e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a ver um valor mais profundo e um benefício para si e para os outros, promovendo também a empatia ou a bondade e gentileza.

 

  1. Ajude-o a encontrar um “parceiro de meta”

Um fator importante para o sucesso dos objetivos é partilhar a meta com outra pessoa e, em seguida, criar momentos de monitorização para comunicar o progresso das metas.

Ajude o adolescente a identificar um “parceiro de meta”. Pode ser qualquer pessoa e, caso o jovem escolha alguém “pouco confiável”, ajude-o a pensar em mais uma pessoa que possa ser também um parceiro (“acho que o X tem imensas qualidades e pode ser útil para te motivar. Consegues pensar em mais alguém que te possa ajudar?”).

 

  1. Ajude-o a pensar e antecipar possíveis obstáculos

É importante que o adolescente pense em possíveis desafios e obstáculos que possam surgir durante o processo. Pode ajudá-lo a estabelecer um plano para minimizar o impacto desses desafios.

 “Que coisas é que podem atrapalhar esse objetivo?” ou “O que te pode levar a desistir dessa meta?” Depois, em conjunto, pensem e elaborem um plano para quando isso acontecer.

Por exemplo: “Nos dias em que tiver treino, quando chegar a casa posso estar muito cansado e não conseguirei fazer os exercícios de matemática.”

Plano: Nesses dias de treino, durante o intervalo da hora de almoço posso fazer, pelo menos, um exercício de matemática.

 

  1. Agende momentos de monitorização

Agendem, e marquem num calendário visível, momentos conjuntos (e com o parceiro de meta) para monitorizar e rever os objetivos.

Comemore ações específicas ao longo do caminho. Não elogie de forma vaga, seja específico e reforce comportamentos concretos (“parabéns, conseguiste fazer pelo menos 1 exercício de matemática por dia e isso mostra perseverança”).

Esta monitorização dá a oportunidade de ver se o objetivo ainda é realmente o que deseja, se ainda faz sentido ou se deve ser revisto. (Por exemplo, se o jovem percebe que já melhorou a nota de matemática e que agora precisa de melhorar a português, pode ser necessário festejar a concretização da meta e definir outro objetivo agora para português).

Ensine aos adolescentes que abandonar uma meta porque já não é adequada não é um sinal de fracasso, mas sim de sentido de responsabilidade.





Estas dicas podem ser adaptadas ao contexto escolar, promovendo um maior envolvimento e o controlo do seu trabalho e da aprendizagem em sala de aula.


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